poesiatemática

Poesia temática©

Janeiro

Ano-novo – Ano-bom

Ano-novo – ano-bom:

Receita?! Cada um sabe a sua.

Só não pode ser repetido,

carregado dos mesmos erros

que serão de novo renegados

em lamentações do que não passou.

É preciso abrir horizontes,

querer mudar, ser o mudar.

Nem precisa de promessa (s),

remendos no passado.

É preciso apenas

Sonhar o Novo,

O escrito do coração.

Ano-novo – ano-bom,

é como um novo amor,

só é bom quando do velho

a saudade já acabou.

Carregue energias, supere limites,

Escreva novos papéis,

represente-se em Maior e Melhor,

e construiremos PAZ.

Ergamos um brinde à Vida.

Vivamos Ano-novo – ano-bom!

Fevereiro

Carnaval Da Vida

Nos bastidores dos meus sonhos de poeta,

Eis que ouço um pensar:

“Este ano vou fantasiar-me de Guerra-Paz,

ser Guerra o tempo todo cansa;

vou dar-me uma trégua,

buscar novos horizontes.”

No eco deste, outro pensar:

“Brincar de Paz, sendo a própria Paz,

não dá certo, este ano vou mudar;

vou fantasiar-me de Paz-Guerra para descansar,

obter novas manhas para o meu labutar.”

Assim trocadas, saíram as duas,

e no meio da folia se encontraram.

Em vão, a Guerra-paz tentou acalmar

a Paz-guerra que só queria baderna.

Em vão, a Paz-guerra conseguiu enfezar

a Guerra-paz que só queria relaxar.

Dizem: “Os opostos se atraem”

Guerra e Paz se entenderam:

assim nasceu o Amor Universal.

Acordei; tudo estava como dantes:

ambas vorazes, uma vigiando a outra

no jeito de ser ambicioso ou correto

do ser humano, dito... racional.

Sem música, sem fantasia, desnudada,

a vida continua em seu carnaval

esperando por uma quarta-feira de cinzas,

em que seu amanhecer será de harmonia eterna,

pois de esperança está reabastecida

em mais um carnaval.

Março

Menina

Sou Mulher,

desejando ser menina

a correr pelo jardim

a pular amarelinha

a brincar de casinha,

fingindo ser... mulher.

Abril

Índio, herdeiro da terra

Índio, herdeiro da terra,

venho,

desde a Carta de Caminha,

trazer-te consolo,

fazer um alerta.

Tua nudez limpa e inocente,

tua imagem formosa e morenada

de pele brilhante e colorida,

foi tornada impudica

e na tua inocência cultural

trocaste o valioso pelo engodo.

Foste vestido,

invejado e enganado.

Tomaram-te os deuses

e te deram Jesus Cristo.

A riqueza dos metais levantada,

as matas analisadas,

do teu chão aos teus rios,

“... em se plantando tudo dá’...

A tua terra foi avaliada,

cobiçada,

explorada quase à exaustão.

Índio, herdeiro da terra,

em 500 anos

fizeram de ti

um ser quase em extinção,

um herdeiro de nada.

Tomaram-te até a liberdade

de ir e vir,

embeberam-te,

quiseram-te para escravo,

colocaram-te numa reserva,

e com dificuldades sobrevives

e conosco pouco te misturas;

preservas tua cultura,

manténs as tuas tradições vivas,

num país em que, um dia,

até os imigrantes

falaram o Guarani.

Índio, herdeiro da terra, cuida-te,

que tu não te tornes mais uma

página da História.

Maio

Carta de alforria

A escrava negra, velha e cansada,

Recebe a sonhada Carta de Alforria,

Doada por seus patrões

Como se fosse uma dádiva magnânima

Devolver-lhe a liberdade roubada,

Já que agora não lhes serve para nada.

Deixou de ser Capital

Virou ser humano.

O que fará se só trabalhou

E nunca descansou?

O que fará se só trabalhou

Sem ter remuneração?

O que fará com as mãos vazias

Segurando a já inútil

Carta de Alforria?

Vai viver com ela

Para ter pelo menos

O direito de morrer

Corpo livre dos grilhões da matéria,

Espírito vagando vai livre,

Pela Eternidade afora,

À procura dos deuses africanos,

Livre da Carta de Alforria!

JUNHO

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

E DA ECOLOGIA - 5 DE JUNHO

A AMAZÔNIA É DO BRASIL

Desde Tordesilhas vemos

nosso país ser roubado,

desde Caminha que temos

nosso solo avaliado

por países que sabemos

sua pátria, dizimado.

E há muito que vêm tentando

dar o golpe no Brasil.

Começaram já tomando

toda essa terra, em abril,

dos que acabaram chamando

de índios, povo gentil.

Mandaram também gentaças,

fundaram uma nação

misturando muitas raças,

muitos credos e oração,

vindas de todas as praças,

para aqui ter o seu chão.

Uma terra de beleza,

como a terra prometida:

comida pra por na mesa...

E a bela da natureza,

tinha no solo escondida

mais que beleza, a riqueza.

Aos poucos foram levando

tudo a além das fronteiras,

das paragens brasileiras,

e a nação esvaziando.

O lastro foi-se acabando,

abertas todas as torneiras.

A riqueza se acabou

Pau-Brasil em extinção

A mata se derrubou,

para o gado e plantação;

o café nos afundou,

na queda da exportação.

Não bastasse o exemplo dado,

e as dívidas de montão...

Com ditadura, reinado,

ou democratização,

bem público espoliado,

arrasaram a nação.

Hoje da Amazônia falo,

uma riqueza sem par

que querem dilapidar,

e por isso eu não me calo!

Pondo as riquezas no ralo,

... pensam em globalizar...

Querem tombar a Amazônia,

para o “bem” da humanidade,

e transformá-la em colônia,

arrancar-lhe a liberdade,

ao mundo, sem parcimônia;

dar nossa prosperidade.

Precisamos de união,

para impor respeito ao vil!

E, gente forte, viril,

dizer ao mundo em refrão:

é lema desta Nação

– A AMAZÔNIA É DO BRASIL.

JULHO

Um amigo

Angela Togeiro

... um Amigo é terno afeto,

multiplicando a irmandade;

é real fraternidade

pelo seu porte discreto;

é o que escuta com bondade

e aconselha sem vaidade;

é da paz o mais completo

sentimento da verdade;

é da vida o predileto...

AGOSTO

Homenagem ao Pai

TRINDADE

Nós dois ali...

O balanço... A bicicleta... O parque...

O jardim... A bola que rola... O tombo...

Olhando as travessuras

E as desventuras do meu filho,

Teu neto.

Entre nós e de nós, um passado:

As mesmas travessuras,

As mesmas desventuras.

O mesmo abraço,

As mesmas palavras

De consolo e ânimo.

Nosso olhar que se encontra

No átimo fugaz de um passado

Tão presente, tão hoje, tão agora. Tão futuro

Paiiiiiiiiiiê! Paiiiiiiiiiiê!

Um grito que nos chega,

de nós mesmos. Do meu filho.

Um abraço único,

Que nos une

Cada dia mais,

No parque da vida,

No jardim das recordações,

Seguindo exemplos,

Dando os mesmos passos,

Querendo acertar sempre.

Travessuras... desventuras... Vida.

Trindade abençoada"

SETEMBRO

Tempos de perfumes,

borboletas a bailar,

pelo jardim, flores.

OUTUBRO

NOSSA SENHORA APARECIDA©

A Senhora Aparecida,

Padroeira do Brasil,

Das Santas é a mais querida

Sob o nosso céu de anil.

Se pudermos vamos lá

E no seu altar rezar,

Por tudo o que Ele nos dá,

Com Ela a nos mediar.

Por isto hoje, no seu dia,

Nós vamos agradecer

E orar com muita alegria,

Do fundo do nosso ser.

Pois nós temos a certeza

Ela é nossa fortaleza!

NOVEMBRO

(menina desconhecida a quem poetei estes versos em 1988. Hoje, 2008, ainda menina...)

ADEUS, MENINA-FLOR, ADEUS!

Não sabia seu nome,

eu nem sequer a conhecia,

mas estava ali, olhando você,

deitada em sua cama de flores,

como flor a despontar entre as flores,

Todas vocês sem vida!

Mas que flor era você,

que tristes lamentos dos peitos arrancava,

enquanto das outras se esqueciam,

e por elas não havia um chorar?

E das pessoas eu ouvia

que bela flor era antes de ser colhida!

E muitas vidas viviam por você:

vida de amor, vida de mãe,

vida que nem se formou.

Mas não eram vidas, eram sonhos.

Sonhos que projetava o íntimo do ser

dos que foram adeus lhe dizer.

Flor, vida, sonho: você ontem.

Hoje você é uma saudade imensa,

uma lembrança alegre

que me acena do Eterno.

E, como um manto, sua paz

desce sobre mim.

Quisera saber seu nome, agora,

mas queria tê-la conhecido antes,

para me consolar na saudade,

que poderia sentir de você no seu ontem!

Adeus, Menina-Flor, adeus!

DEZEMBRO

Bem-vindo, meu Salvador,

Menino berço da Luz,

és o caminho do Amor

que para o Pai nos conduz!